GRANDE-TURISMO I

Um sonho, uma viagem e a disilusão….

Em busca de realizar o reconhecimento de minha cidadania tive a oportunidade de viajar através da Europa e esclarecer a mistica por traz da boa aventurança em busca de terras prosperas, infelizmente ou felizmente a ilusão se quebrou. Esta história me mostrou como os imigrados para o Brasil, antepassados tiveram as mesmas dificuldades, como é á cima é à baixo, já dizia o sábio…buscando compreensão e aceitação me confrontei com um continente ainda em conflito o mesmo modelo em busca de destaque individual por sobrevivência, até o momento que a decisão foi retornar a minha terra, complicada mas amada e de compreensão fluida ao menos.

Foram 7 longos anos para dar conta da natureza desse continente que ainda luta para pacificar o espírito de guerra que se não por carregarem em sua natureza, são lembrados cotidianamente por “Imigrantes” que chegam até hoje das diversas colônias do passado, uma Europa que mostra a origem de vários dos problemas que herdamos nesse impeto de adquirir a prosperidade que nos brilha aos olhos, acabamos por reproduzir comportamentos que degeneram nossa sociedade sem nem entender suas origens.

Como lidar com tal decepção, quanto tempo para se dar conta que as hereditariedades estão vagando através do tempo mantendo o bem estar social das classes trabalhadoras que em sua simplicidade de investir em Ouro na bolsa, continua a subjugar uma nação por séculos, que no simples ato de exportar azeite perpetua famílias e monopólios através do tempo. Somente queria me repousar na areia e aproveitar pôr do sol, mas não é possível. Entrevistas de trabalho segregacionistas, equiparações na condições de concorrência local por vagas que não fazem a menor diferença nessa reabilitação alquímica que acredito ver necessidade de passarmos, mas faz toda a diferença.

Dentre tantas paradas e caminhos cruzados, a chance de haver colhido direto da natureza a respostas e conexões, das quais confrontaram minha mais profunda verdade existencial, me destruindo e colocando em colapso tudo que eu conhecia, dando sutilezas e compreensões para um realinhamento, me reconectando com meu corpo e mente. Mostrando o valor de minhas origens e reformulando todas relações já estabelecidas comigo mesmo e com os outros, a perda de um grande amor e como isso se mostrou no fim das contas a cura para todo o mal.

Sete anos longe de casa

Foi um período de 7 anos longe de minha terra, entre caravana, voos e carro adaptado, uma tentativa de fazer a prestação de serviços para restaurante um meio de subsistência, todo esse tempo me mostrou a precariedade e dependência existente em um mercado que deveria guardar a sua essência, as relações estão se deteriorando na maneira como se organiza os serviços e a centralização cria uma dependência de pessoas chave para manter o bom desenvolvimento, uma vez inserido em um quadro de funcionários as pessoas tem a tendencia de minar os planos de um itinerante para absorvê-lo em suas funcionalidades cotidianas.